Refira-se que a filosofia de uso dos veículos motorizados de duas rodas no exército de Sua Majestade diferia da escola alemã, não tendo previsto o uso táctico de motos na frente de combate, mas sim o serviço de mensageiros, o reconhecimento e a escolta e controle de colunas militares.
Em meados dos anos 30, o War Office britânico decidiu reequipar o exército com novas motos, substituindo a geração que tão bons serviços tinha prestado no primeiro conflito mundial. Refira-se que a filosofia de uso dos veículos motorizados de duas rodas no exército de Sua Majestade diferia da escola alemã, não tendo previsto o uso táctico de motos na frente de combate, mas sim o serviço de mensageiros, o reconhecimento e a escolta e controle de colunas militares.
Para este concurso a Norton apresentou uma versão derivada da já existente 16H, modelo fiável, rápido, ligeiro e manejável cujo desenho tinha sido apurado nas pistas de competição onde o construtor britânico apostava como forma de promoção e desenvolvimento. A versão militar iria denominar-se Norton WD 16H (acrescentando o WD de War Department), passando a fabricar-se em elevado número, a par de uma versão “Big 4” com sidecar.
Com 176 kg de peso, a WD 16H tinha visto a altura ao solo aumentar – como a versão “Colonial” para o mercado civil – estando equipada com o comprovado motor de 490cc a quatro tempos, com válvulas laterais e refrigerado por ar. Sendo capaz de entregar 14cv às 4500rpm tinha quatro velocidades e transmissão por corrente.
No Reino Unido, muitas WD 16H foram afectas à defesa civil e à Home Guard. Um bom número foi despachado para França com o B.E.F. em 1939, tendo essas sido quase todas perdidas em Dunquerque no ano seguinte. Em seguida, mais WD 16H iriam ser usadas pelas tropas britânicas e da Commonwealth durante a Campanha do Deserto contra as forças do Eixo – especialmente no Egipto e na Líbia – e a Oriente, na Índia e na Birmânia, neste caso contra os Japoneses.
De regresso à Europa, a partir de 1943 as WD 16H estiveram presentes na Campanha da Itália (1943-1945), auxiliando no deslocamento de tropas e no suporte logístico. Com o Dia D regressaram a França, agora numa toada vitoriosa que as levaria até à Alemanha. De notar que a par do exército britânico e da RAF, durante o conflito a WD 16H foi usada também pelos exércitos canadiano, neozelandês, australiano e indiano. Algumas unidades foram ainda enviadas para a União Soviética como parte do programa de ajuda militar dos Aliados.
Após a guerra a maioria das WD 16H sobreviventes foi vendida para um mercado civil sedento de meios de transporte acessíveis, sendo por isso sujeitas a um uso intensivo e, por isso, relativamente raras de encontrar na actualidade.
Ficha técnica:
1940
Inglaterra
14cv
1 cil.
490cc
4 velocidades
176 kg
109 km/h
A Norton WD 16H pode ser vista na exposição “A Segunda Guerra Mundial ao Vivo e a Cores”, patente no Museu do Caramulo, até ao dia 11 de Janeiro.
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