O projecto foi desenvolvido sem o apoio da Ford America, que se tinha retirado da competição no final de 1967, fazendo, por isso, competir os GT40 por equipas privadas. Mas com o desenvolvimento do motor DFV pela Cosworth e pela Ford Europe, que seria o motor de Fórmula 1 com maior sucesso de sempre, abria uma nova porta para o desenvolvimento de um novo “Sport-Protótipo”.No final de 1967, a FIA alterou as regras para o World Sportscar Championship, admitindo um máximo de 3.0L de cilindrada para os automóveis de Grupo 6. Os automóveis de Grupo 4 poderiam atingir os 5.0L de cilindrada, mas teriam de ser produzidas 50 exemplares para homologação. Esta nova medida coincidiu com o lançamento do motor DFV, o que seria uma excelente oportunidade para demonstrar as suas capacidades.
O motor DFV V8 que animava este protótipo, era o mesmo utilizado na Fórmula 1, tinha uma capacidade de 2993 c.c., podendo desenvolver 400 cv, ficando assim admitido para o Grupo 6. Acoplado ao motor está uma caixa “transaxle” Hewland DG300 de cinco velocidades. O desenvolvimento deste novo protótipo seria assegurado pela Ford Europe e pela Alan Mann Racing, e teria muito menos custos que o desenvolvimento do GT40.
A carroçaria do P68 foi desenhada por Len Bailey, um dos membros que compunha a equipa de design do GT40, e provou ser bastante aerodinâmica, tendo um coeficiente aerodinâmico de 0.27, podendo assim atingir velocidades na ordem dos 350 km/h. Uma das melhores características deste desenho, era a enorme visibilidade para fora do cockpit, sem precedentes na época. O chassis monocoque era construído em alumínio rebitado, com zonas em aço, onde são montadas as suspensões. As suspensões eram quase uma cópia das utilizadas na Fórmula 1 da época, no entanto, o motor não fazia parte integrante do chassis, mas sim montado num subchassis.
Apesar do P68 prometer bastante, os resultados ficaram aquém das expectativas, muito por culpa da falta de desenvolvimento. A falta de espaço no compartimento do motor, fazia com que o trabalho nele fosse bastante difícil. Além disso, este motor tinha sido desenvolvido para a Fórmula 1, e nesta aplicação de resistência muitos componentes teriam de ser alterados, de modo a que o motor se tornasse fiável. Mas quando tudo corria bem, o Ford P68 era um automóvel extremamente rápido.
Mas a falta apoio por parte da Ford America condenou o projecto, logo no ano de estreia. Ainda houve uma tentativa de desenvolver o Ford P69, mas o destino foi o mesmo. Os exemplares construídos ficaram encostados num armazém da Ford e estiveram quase para serem desmantelados, mas seriam salvos por Doug Nye e Tom Wheatcroft, que os adicionaram à colecção do Donington Museum. Em 2006, David Piper contactou Len Bailey, para o ajudar a reconstruir os automóveis, fazendo algumas modificações, para os tornar competitivos nas provas de clássicos.
Este P68, com o número de chassis #002, foi submetido a um restauro profundo, com o chassis restaurado na Gelscoe e a adição de suspensões novas, recebendo ainda uma nova caixa DG300 do Peter Smith; já o motor foi revitalizado por Geoff Richardson, ficando assim pronto para uma nova vida.
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