O veículo que o Papa utilizou nas suas visitas oficiais não cabia na porta do Camp Nou e de Santiago Bernabéu, os estádios onde se iam realizar os principais atos da viagem papal. Um novo modelo tinha de ser construído numa questão de dias.
Os engenheiros da SEAT responderam ao desafio. Em tempo recorde, adaptaram um Panda e transformaram-no num verdadeiro Papamóvel, usado por João Paulo II na sua visita a Espanha.
Esta peça histórica, guardada no armazém A122 da fábrica da Zona Franca, juntamente com o resto da coleção SEAT, estava prestes a desaparecer, a 11 de fevereiro, no incêndio que afetou a fábrica de Barcelona. Todas as unidades foram salvas graças à ação rápida e decisiva dos funcionários da empresa, do Corpo de Bombeiros de Barcelona e de outras entidades que responderam ao sucedido.
"O fogo começou no pavilhão ao lado. O alarme funcionou perfeitamente. Começámos a conter o incêndio com as mangueiras instaladas para esta função e os serviços de Segurança e Emergência da SEAT e os Bombeiros de Barcelona chegaram rapidamente", afirmou Isidre López. "Para mim, eles são heróis. A atitude de todas as equipas foi impressionante", acrescentou.
E qual foi o critério para salvar os carros da coleção? "Primeiro tirámos os que estavam à entrada do pavilhão para criar um espaço aberto para que os bombeiros pudessem trabalhar assim que chegassem. Depois retirámos os carros de corrida maiores e depois tirámos o Papamóvel, que estava mesmo à frente do foco do incêndio. Não tendo um telhado, uma pessoa pode facilmente empurrá-lo", recorda.
Isso salvou as 317 unidades históricas da coleção. Desde o Papamóvel, ao primeiro carro de rally oficial de Carlos Sainz, ao penúltimo carro da série 600 e o elétrico Toledo dos Jogos de Barcelona de 1992, este pavilhão guarda os testemunhos da história não só de uma marca, mas de todo um país. Agora, têm outra história com um final feliz para adicionar ao seu legado.
As jóias da coleção histórica da SEAT
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