Pequeno desde sempre, compacto e valente, o Fiat 500 já desbravava o mundo desde 1936, quando era apenas conhecido como Topolino.
Fiat 500 – origens
Como toda boa história, o Fiat 500 tem a sua. Nascido como um dos menores modelos a venda na Europa em 1936, o Fiat Topolino, era equipado com um também diminuto motor de 569 cilindradas e cerca de 13 cavalos, o pequeno motor, era resfriado a água com o auxílio de uma válvula lateral, e era montado na frente do eixo dianteiro.
O Fiat 500 de 1955
O sucessor do Topolino, foi apresentado ao mundo em 1955, para um mundo que vivia no Pós-Guerra. O modelo era ligeiramente maior que seu antecessor, com 2,97m de comprimento, 1,32m de altura, 1,32m de largura e 1,84 de entre eixos, agora o não tão pequeno italiano, nascia para conquistar a Europa e depois o mundo.
Seu maior rival, era o Volkswagen Beetle – Fusca – que tinha por ter uma proposta semelhante ao do pequeno italiano, mas o cazzo, ganhava por ser mais leve e mais prático que o alemãozinho.
Seu motor ainda derivado do Topolino, com os mesmos 13 cavalos, o que não empolgava, mas dava para contornar o país da Bota. Assim como suas gerações anteriores e as que ainda estavam por vir, o Nuova 500 tinha versões para todos os gostos e bolsos, e até com pimenta!
Nuova 500 – 1957/1961
O modelo inicial dessa série tinha um motor pequeno, de dois cilindros, de 479 cilindradas, e os 13 cavalos já mencionados acima, ele também vinha com um charmoso teto de tecido, dobrável para a parte de trás do pequenino.
Cerca de 181 mil unidades foram vendidas no período de 1957 a 1961.
Nuova 500 Sport – 1958/1960
Por volta de 1958, a Fiat apresenta uma versão "sport" do primeiro 500.
Seu novo motor, adora de 499 cilindradas, oferecia mais potência ao veículo e permitia que ele atingisse a máxima de 105 km/h. esteticamente, o modelo se diferenciava pela pintura em dois tons, e a opção de teto de tecido ou de metal.
Nuova 500 D – 1960/1965
Era a primeira vez que o modelo ganhava um leve tapa no visual. Agora o teto de tecido não existe mais, o motor ganha mais potência – agora são 17 cavalos – e inaugura uma opção de "portas suicidas".
Foi vendido também na Nova Zelândia com o nome de Fiat Bambina – Fiat Baby ou bebê.
Fiat 500 Giardiniera – 1960/1975
A primeira versão do Topolino tinha sua versão Giardiniera, então nada mais justo que sua segunda geração, manter a tradição. Tinha cerca de 10 centímetros a mais que a versão normal, e graças a seus amplo espaço era possível levar passageiros e bagagens sem muito esforço.
Dotado também do teto de tecido, o 500 Giardiniera era puro charme. Além da versão de passageiros, a Fiat também montou uma versão Van do 500. Em alguns mercados era conhecido como Furgocino – Furgãozinho.
500 Berlina – 1965/1973
Modelo que tinha leves modificações em relação aos 500 D e L. Acabou por ser considerado por muito tempo a versão de entrada da linha 500.
500 L ou Lusso – 1967/1971
Considerada uma versão de "Luxo" como o nome sugeria, o 500 Lusso, tinha um pequeno estribo de metal na frente e nos cantos do para-choques traseiro. Um novo logotipo era usado na frente, para se diferenciar das outras versões.
Seu interior era mais caprichado que os irmãos, tendo itens até então inéditos na gama 500, como volante revestido em plástico preto, e estofamento com couro sintético.
Fiat 500 R ou Rinnovata – 1971/1976
Considerada uma avó dos atuais "Sporting" "R" "BlackMotion" e afins, essa versão apenas apresentava melhorias cosméticas em relação aos demais 500.
Antes dessa geração se despedir, a Fiat ainda apresentava, Fiat 500 Jolly, que fora desenhado pelo famoso estúdio Carrozzeria Ghia, que era uma espécie de bug do Fiat 500.
Ainda teve também uma versão vendida nos Estados Unidos, chamado de 500 America, tinha o corpo convencional dos 500 a venda na Europa, mas o design frontal era idêntico do Fiat 500 Jolly. A Fiat se despede do modelo, após vender mais de 3 milhões de unidades.
Fiat Cinquecento
Por ter tido tanto sucesso, a Fiat achou por bem lançar em 1991, um novo pequeno, desta vez sem apelar muito pelo charme e apenas pela razão. Nascia então o Cinquecento, sim o mesmo nome usado antes, só que agora por extenso.
O Cinquecento, originalmente foi concebido para substituir o Fiat 126, e foi o primeiro modelo a sair da fábrica na Polônia. Foi também o primeiro a utilizar a suspensão independente tanto na frente quanto na traseira, como nos Fiat Tipo europeus, freios a discos na frente, barra de impacto lateral, que garantia um pouco mais de segurança numa época que o air-bag ainda não existia para modelos assim.
O modelo era dotado de tração dianteira, diferente do seu antecessor, o Fiat 126.
Seu motor de 704 cilindradas, tinha bons 31 cavalos, o que para a época era muito para um modelo tão pequeno. Mas ele ganhou novas versões com potências variadas indo até 53 cavalos na versão Sporting. Houve até uma versão elétrica (!) e Abarth.
Fiat Trepiùno
Lançado para ser o 500 do século 21, o Fiat Trepiùno, conceito que a Fiat lançava no Salão Internacional do Automóvel de Genebra – Suíça, em 2004 tinha a proposta de ser um "Três+1" – tradução literal do nome do conceito.
Ameaçado pelo Smart ForTwo, que começava a invadir as ruas italianas, a Fiat começa a se mexer e estudar maneiras de se criar um novo compacto para a cidade, mas que diferente do concorrente alemão, pudesse levar ao menos 4 passageiros com suas bagagens.
O estilo do carro, é basicamente uma homenagem ao pequeno de 1957, com seus faróis redondos, bigode ostentando o logo e aparência de sorriso simpático. O modelo dava as boas-vindas ao século XXI.
Novo Fiat 500, 2007 – 2014
Derivado do conceito Trepiùno de 2004, o Novo Fiat 500 de 2007, manteve os aspectos que lhe devam semelhança com o pequeno de 1957, e o conceito, mas sem tantos exageros como é de costume.
Dotado de uma nova plataforma, novos motores e inúmeras versões, o novo 500, tinha tudo para repetir o sucesso do seu antecessor que vendeu mais de 4 milhões de unidades em seus primeiros 18 anos de produção – 1957 / 1975.
Ford 500?
A segunda geração do modelo mais famoso da Ford, o Ka, teve seu projeto tocado juntamente com o Fiat 500, Fiat Panda e Lancia Ypsilon. Ambos saíam da fábrica da Fiat na Polônia, e dividiam motores, plataformas, desenho do painel e diversos outros itens.
O modelo ficou famoso por participar do 22º filme de James Bond – Quantum of Solace de 2008.
500 versões do 500
Assim como seus antecessores, o Topolino de 1936, o Nuova 500 de 1957 e até mesmo o Cinquencento de 1991, o Novo Fiat 500, tem uma vasta gama de versões, que por si só, fariam esse texto ter ao menos umas 500 páginas.
Só aqui no Brasil o Fiat 500 foi vendido nas seguintes versões:
Fiat 500C – 2009 – Presente
Assim como seus antecessores – menos o Cinquencento de 1991, o novo 500, dispõe de uma versão "cabrio". Revivendo uma versão muito popular, o novo 500C, agora enfrentava concorrentes de peso como o Citroën DS3 – de 2013, que também dispõe de tal artimanha.
Visto de fora, nem se percebe que o modelo não tem o teto convencional, graças aos reforços estruturais, o modelo consegue manter as colunas A B e C no lugar e tirar apenas o "miolo" do teto e trocá-lo por tecido, com configuração retrátil.
Ela pode ser totalmente aberta, deixando os passageiros com os cabelos ao vento, ou apenas para os passageiros do banco de trás, ou somente uma pequena fresta aos passageiros da frente para melhorar a circulação de ar no interior.
Disponíveis em três tonalidades, preto, marrom ou preto, o teto de tecido garante ainda mais charme ao novo 500.
Fiat 500 Abarth – 2008 – Presente
Ainda fazendo menção ao passado, a Fiat apresenta em 2008, um novo 500 Abarth.
Ele tinha por missão, bater carros como o Mini Cooper S. Seu motor 1.4 litro, turbo, gerava 135 cavalos e 18,35 kgfm de torque fazia de 0a100 em 8,2 segundos, com velocidade máxima limitada a 205 km/h, ele era e ainda é considerado por muitos como um foguetinho de bolso.
Fiat 500e elétrico – 2013 – Presente
Assim como no passado, a Fiat volta a apostar numa versão elétrica do 500. Apresentado pela primeira vez no Salão Internacional do Automóvel de Los Angeles em 2012 e em sequência em 2013 no Salão Internacional do Automóvel de Frankfurt, o novo 500e agora queria ser verde.
Até maio de 2016, foram vendidas cerca de 16 mil unidades do 500e na Califórnia, que tem leis específicas para modelos elétricos e incentivos fiscais para que as marcas façam investimentos e tragam modelos com essas propostas.
Mas com o 500e, a coisa foi bem diferente. Mesmo com incentivos fiscais, tecnologia de ponta e diversos recursos para que o veículo rode mais com menos cargas, a Fiat perde cerca de US$ 14 mil dólares por cada 500e vendido. O que não o torna muito viável, mas ainda assim, conta com vários adeptos, mesmo que por hora sejam poucos.
Fiat 595 Abarth Tributo Ferrari – 2008
Limitado a 200 unidades, a Fiat comercializou em 2008, o Fiat 595 Abarth Tributo Ferrari, que era basicamente um 500 Abarth mais apimentado. A começar pelo seu visual, com um belo tom de vermelho, igual ao das Ferrari.
Dotado do motor 1.4 turbo de quatro cilindros e com 171 cavalos e 83,4 kgfm de torque, ele estava longe de ser realmente um "tributo" a Ferrari, mas como dizem, o que vale é a intenção e nesse caso o divertimento.
Fiat 500 Barbie – 2009
Sim, a boneca mais vendida e mais famosa do mundo também ganhou sua própria versão do 500.
O modelo foi concebido a pedido da Mattel, para comemorar os 50 anos da boneca. Como apenas uma única (ainda bem) unidade feita, o modelo atualmente fica exposto em lojas de alta costura e restaurantes badalados, de acordo com a importância do evento.
Fiat 500 by Gucci – 2011 – Presente
Criado para celebrar os 150 anos da unificação da Itália e os 90 anos da Gucci, o Centro Stile da Fiat juntamente com a diretora de criação da Gucci, Frida Giannini, apresentam ao mundo uma versão de luxo e sofisticação do pequeno 500.
Mecanicamente o modelo nada se difere das outras versões equipadas com o motor 1.4 litro. Mas no interior, bem como os materiais empregados são todos da grife italiana.
Fiat 500 Riva – 2017 – Presente
Baseado no facelift de 2016, na versão Cabrio, o 500 Riva conta com todo o luxo e sofisticação que a marca de Iates tem a oferecer ao pequenino da Fiat.
O interior continua o tema de iate de luxo, com assentos de couro marfim, e um refinado acabamento em madeira de mogno que atravessa o painel. A edição especial da Riva está disponível também na versão de teto fixo.
Fiat 500 Coupé Zagato – 2011
Nessa versão, o modelo ganha mais ar de cupê com seu teto com um caimento bastante abrupto, e um novo desenho das janelas traseiras e da tampa do porta-malas.
Apresentado no Salão de Genebra, o modelo ainda não teve sua produção confirmada pela Fiat.
Família 500
Assim como seus antecessores, o novo 500, apresentado em 2009, e recebendo um facelift que o deixa ainda mais moderno e tecnológico, o ratinho constituiu família. Se nas décadas passadas ele se contentava com versões perua – Giardiniera, esportiva – Abarth, agora o modelo dispõe de variantes como monovolumes e até SUVs.
Fiat 500L – 2012 – Presente
Baseado numa plataforma de origem GM/Fiat, o 500L era a resposta da Fiat para Citroën C3 Picasso e outros monovolumes com a Opel Meriva. A plataforma, que era uma adaptação da usada no Fiat Punto/ Opel Corsa D, era mais larga para que pudesse acomodar melhor passageiros e bagagens.
Com um bom entre eixos, de 2,61 m, o modelo é bem, versátil e espaçoso para até 5 ocupantes. Vendido até nos Estados Unidos como uma opção familiar da linha 500, o 500L agrada por seu visual carismático, boa gama de motores e amplo espaço interno.
O modelo conta até com versões "aventureiras" como a Trekking, no mercado americano e europeu. Para famílias maiores e com mais necessidade de bagagem, a Fiat botou fermento no já espaçoso Fiat 500L e lançou uma versão de 7 lugares, batizada de 500L Wagon.
Fiat 500X – 2014 – Presente
Também baseado na mesma plataforma, só que na versão 4×4, o Fiat 500X divide também base e muito dos equipamentos e soluções com o irmão Jeep Renegade.
O modelo em questão foi cogitado para ser vendido em solo nacional para fazer frente a nova onda dos SUVs compactos, como Honda HR-V, Nissan Kicks e afins, mas a FCA – Fiat Chrysler Automobiles – acreditava que o modelo poderia canibalizar as vendas do Jeep Renegade, uma vez que ambos dividem plataforma e motor.
Mas, se fosse vendido, seria mais barato que o irmão e venderia mais, graças a enorme quantidade de revendas da marca.
O modelo conta com opções de motor 1.4 MultiAir de 140 cavalos e pode ter ainda um 2.4 Tigershark de 182 cavalos e associado um ótimo câmbio ZF de 9 velocidades.
Assim como o 500L, o 500x, se vale do design carismático e bom uso do espaço interno, diferente do seu irmão Jeep que tende a ser mais estreito. Seu painel traz bons revestimentos e desenho agradável, com materiais bons ao toque.
Luigi
E como não deveria deixar de ser, o pequeno Fiat, por seu carisma também virou personagem do filme da Disney Pictures – Carros de 2006.
Na saga, o pequeno 500 se chama Luigi. Baseado no Nuova 500 de 1959, com teto de lona, o pequeno italiano amarelo é especialista em pneus e apaixonado por Ferrari.
Ao seu lado, fica o inseparável Guido, uma simpática empilhadeira que é apaixonado pela Itália, Ferrari e não fala nenhuma palavra em inglês – no original – e português nas versões dubladas.
E o Fiat 500 no Brasil?
Apresentado pela primeira vez em 2009, com várias versões – incluindo a nervosa Abarth, o modelo até chegou a ser importado do México e usar motores flex do Uno e câmbio DualLogic. Mas o pouco tempo mostrou que carros de imagem, são apenas para isso.
Algumas unidades voltaram ao mercado em 2017, importadas do México com preços iniciando em R$ 64 mil, mas foi por pouco tempo. Atualmente com o novo facelift de meia vida apresentado em 2016 na Europa, o novo 500 não tem – até a divulgação desse texto – pretensões de voltar ao mercado brasileiro.
Mas, Fiat, se estiver lendo, per favore porta ancora la Fiat 500, cazzo!