Não parece mas este Mercedes-Benz 300 SL vale milhões e não é o único

hace 1 mes, 1 semana - 9 octubre 2024, razaoautomovel
Não parece mas este Mercedes-Benz 300 SL vale milhões e não é o único
A coleção de Rudi Klein bem podia ser chamada de o ferro-velho mais valioso do mundo. Este 300 SL é um mero exemplo do que podemos encontrar.

São inúmeras as histórias por que já passámos sobre descobertas de automóveis antigos e raros. Uns foram esquecidos em celeiros, outros numa garagem fechada há dezenas de anos. Mas estes dois Mercedes-Benz SL fazem parte de uma história um pouco diferente e com outros protagonistas.

Resumindo uma história longa, recuamos até 1967, o ano em que Rudi Klein fundou a sua empresa na zona sul de Los Angeles (EUA). Através desta, Klein comprava carros acidentados, na sua maioria a companhias de seguros, com o objetivo de os desmantelar e vender as peças.

Ao que consta, Rudi Klein era também um apaixonado por automóveis, o que pode ser comprovado pelos modelos mais especiais que acabou por guardar. Principalmente os da Mercedes-Benz e da Porsche, mas também alguns Aston Martin, Bentley, Ferrari, Lamborghini e Rolls-Royce.

No final dos anos 70 e no início da década de 80 o negócio de Klein estava no auge. Nessa altura, os preços praticados pouco ou nada tinha a ver com os atuais. Muitos dos exemplares que detinha — ou o que restava deles — eram adquiridos por valores em torno dos 200 dólares (pouco mais de 180 euros ao câmbio atual).

O que justifica o facto de a maioria destes modelos não terem sido restaurados: era um processo muito muito mais dispendioso do que o valor comercial de cada modelo.

O tempo não perdoa. Muitas das carroçarias que tinha de Porsche 911 e 356, bem como de outros modelos, acabaram por se ir amontoando, expostas aos fenómenos da natureza. Quem conhecia este «ferro-velho» afirma que nos dias de glória chegaram a ser mais de 1000 carros. Hoje são cerca de 200.

Mercedes-Benz mais especiais
Na coleção de Rudi Klein — falecido em 2001 — estão verdadeiras pérolas, esquecidas no tempo, tais como um dos 29 Mercedes-Benz 300 SL “Gullwing” (asas-de-gaivota) com carroçaria em alumínio.

Eram designados apenas como Leichtmetall-Ausführung (versão de metal leve), mas este — o número 26 das 29 unidades produzidas —, foi o primeiro a ser produzido em 1956. Além disso, foi também o único destes SL com a carroçaria pintada de negro e o interior em pele vermelha.

Foi adquirido novo por Luigi Chinetti, um importador da Ferrari nos EUA e vendido a Rudi Klein, 20 anos mais tarde, em agosto de 1976, por 30 mil dólares e com pouco mais de 73 mil quilómetros percorridos. Ao longo de praticamente meio-século, no entanto, nunca voltou a sair do «ferro-velho» de Klein, nem do armazém onde se encontrava.

Além da pintura, este 300 SL mantém o estado original. Nunca foi restaurado e conta com o mesmo interior com que saiu da fábrica, bem como com a mesma carroçaria, motor, caixa de velocidades, eixo posterior e direção. Aliás, está registado que a única amolgadela visível, na secção traseira, foi feita por Rudi Klein, enquanto manobrava a sua empilhadora.

300 SL Roadster como alternativa
Na mesma sala em que Rudi Klein mantinha os seus automóveis de eleição está também um Mercedes-Benz 300 SL Roadster de 1957. Visivelmente, o tempo foi menos meigo com este Roadster do que com o Gullwing. A carroçaria tem mais marcas visíveis, faltam mais componentes e nem sequer existe capota.

Este SL é uma das 554 unidades deste modelo produzidas em 1957. E uma de apenas 30 unidades produzidas com as jantes de liga leve Rudge, derivadas dos modelos de competição.

Originalmente, a carroçaria era de cor vermelha e o interior forrado em pele creme. Na lista de equipamentos estava um autorrádio Becker Mexico, instrumentação em quilómetros e um conjunto de malas.

No seu registo está a entrega ao seu primeiro proprietário, Mr. Thompson de Kitzingen, na Alemanha, mas depois pouco se sabe sobre a história deste modelo. Ainda assim, no odómetro, estão marcados apenas 17 873 km e, segundo a empresa leiloeira, mantém o motor, carroçaria e ambos os eixos originais. Já a caixa de velocidades, não é a original, mas é o mesmo modelo.

Outras estrelas preciosas
Sendo a Mercedes-Benz uma das marcas preferidas de Rudi Klein, não é de estranhar que existam outros exemplares raros na sua tal sala de raridades. Além dos SL, o maior destaque será, talvez, o 500 K “Caracciola” Special Coupé by Sindelfingen de 1935, que também tem um valor de venda previsto bastante elevado, entre os 3,65 milhões de euros e o 5,5 milhões de euros.

Destaque ainda para três modelos da Maybach, produzidos entre 1936 e 1939, um Mercedes-Benz 370S de 1931 e até um 600 Pullman de 1968.

Apoyamos a Ucrania